"Tonigth, live at Paradiso..."
To see - like your eyes do
We are...downstairs
Where no one can see
New life - break away
Tonight...
I feel like more
Tonight i..."
Os Jane's Addiction têm uma canção chamada "Three Days". Eu tenho um post de blog sobre os últimos 3 meses:
Maio: Um dedo cortado curado com quatro pontos e o carro espatifado por um acidente alheio quanto estacionado arrancam o mês. De resto, encaro a minha “nova profissão” com um misto de irritação e desânimo. Pelo caminho vou a Barcelona passar um fim de semana prolongado para espairecer. Escolho um jantar numa das melhores cidades do mundo a um concerto dos Sonic Youth sem pestanejar e sem sentir remorsos. Descanso, mas infelizmente tenho de voltar.
Junho: No trabalho continuo contrariada, mas sempre perfeccionista. Tenho um novo lugar físico e isolo-me. Como objectivo para este mês tenho apenas um: The Dead Weather em Londres, dia 24. O Jack White não consegue fazer coisas más e esteve um dia de sol maravilhoso em Londres. O resto do mês foi passado a tentar aproveitar melhor aquilo que realmente interessa.
Julho: Mês ocupado. Um fim de semana num resort de cinco estrelas. Sol, calor, piscina, praia e um jantar agradável. Uns dias depois, uma rapidinha de 3 dias a Joanesburgo, quase sem dormir, mas suficiente para ver o melhor nascer e pôr do sol que alguma vez vi. Não há sol e cores como às de África. Do Inverno de quente do outro hemisfério ao Verão chuvoso de Londres foi um pulinho, desta vez para ver NIN e Jane’s Addiction. Ainda tenho os detalhes todos desse dia na minha cabeça e tanto já aconteceu entretanto. Ouvi o “Jane Says” e ainda me custa a acreditar que estava lá. Houve ainda David Mathew’s Band no Alive e os Killers no Super Rock. Um acidente de automóvel com capotamento e um concerto de Leonard Cohen tão intenso para o qual não estava emocionalmente preparada. E assim tenho sobrevivido aos azares dos últimos 7 meses de 2009, com muita música e tanta, mas tanta sorte que só pode haver uma série de anjos a olhar por mim.
Não vale a pena tentar ressuscitar este blog e transforma-lo num espaço activo e dinâmico porque nunca o será. A minha criatividade literária tem vivido de uma preguiça constante por estar demasiado ligada aos meus estados de espírito. Não quero isto dizer que quando estou alegre consigo escrever e quando estou triste não. Nada disso. Tem mais a ver com a apatia e falta de capacidade e encarar certas situações da vida. E é por isso que não se passa nada aqui no estaminé. Apesar de ter milhares de ideias e pensamentos que aqui encaixavam tão bem, nunca os consegui transformar em palavras. Escrever passou a ser uma missão puramente profissional. Mas agora que começo a encarar melhor algumas situações e a perspectivá-las de outra forma, apercebo-me do quanto aprendi sobre mim nestes últimos meses e que mais vale sair desta apatia literária e, mais uma vez, trazer este blog de volta à acção, mesmo que pouca, alguma é melhor que nenhuma...
PS: ver post seguinte