17.6.10

Guernica

E por falar em detalhes, desta vez decidi ir ao Reina Sofia. É um museu mais ao meu estilo. Estão lá os modernos todos, os surrealistas, cubistas e afins. E agora está lá o Guernica. Já sabia que o quadro era grande e não uma Monalisa, e apesar de ajudar, a expectativa nem era tanto pela dimensão do quadro.

O Guernica é uma espécie de Grande Canyon da pintura. Não há muitas palavras para o definir. E não, não gosto de tudo o que Picasso faz. Mas há qualquer coisa neste quadro que mexe comigo. Talvez a história que conta, aliada às expressões – ainda que geométricas – das figuras. Não sei. Só sei que não queria vir embora. Queria ficar naquela sala o resto do dia, até o museu fechar e voltar no dia seguinte para ver de novo. Para ver todos os dias. É o mesmo efeito do 'The Boulevard Montmartre at Night' do Pissaro.

O problema eram as pernas. Naquela sala não há bancos ou cadeiras, sem ser as dos dois seguranças, uma de cada lado do quadro. Tavez para as pessoas não ficarem ali eternidades e se dar oportunidade a outros. Em frente ao Guernica há um corropio imenso. Não se podem tirar fotografias de dentro da sala, só de fora (go figure!) e há um limite até onde nos podemos aproximar do quadro. A mim bastava-me um banco, no cantinho da sala, sem ninguém me ver.

Depois do Guernica, viemos embora. Queria guardar aquela imagem na memória durante algum tempo e não distraí-la com qualquer coisa. Porque são os detalhes que realmente importam...