25.8.09

Recuperar Berlim

Sábado e domingo conseguimos recuperar Berlim. A chuva deu lugar a dois óptimos dias de sol e noites agradáveis, mas sem aquele calor abrasador do primeiro dia, que nos 'matava' ao primeiro quarteirão a pé. Gosto de Berlim. Gosto muito. Gosto das avenidas largas onde os edifícios imperiais e as catedrais de pedra escura se misturam com os prédios novos de arquitectos de renome como Renzo Piano, Jean Nouvel ou Frank Ghery. Berlim é a cidade que, há já 20 anos (desde que o muro caiu), tem vindo a ser renovada e transformada num exemplo de urbanismo, uma espécie de balão de ensaio para arquitectos, onde tudo se conjuga e onde nos sentimos bem. Onde o 'glamour' de uns anos 20 e 30 se junta com a decadência de uma cidade destruída pela guerra e dividida pelas ideologias e com os tons urbanos e sujos dos 'punks', góticos e 'freaks' que povoam a cidade. 

Sábado destruímos as pernas em cerca de seis quilómetros a pé já com umas pechinchas na mão compradas numa loja ao pé de uma das mais extraordinárias igrejas que conheço. É a igreja que substitui - em necessidade - uma outra que foi destruída na 2ª Guerra Mundial. Em necessidade porque o seu formato geométrico e racional e o Jesus Cristo rectilíneo que a 'guarda' nada tem a ver com a igreja imponente e centenária que ali se encontrava.  Domingo saboreámos o último dia pelas ruas que a maratona do Mundial de Atletismo deixou desertas. Descansámos as pernas entre as igrejas da Gendarmenmarkt, dividimos uma fatia de bolo de chocolate no Check Point Charlie e dissemos adeus a Berlim ao anoitecer, com o céu azul quase escuro, sentados na pedra fria em frente às imponentes portas de Bradenburgo a ouvir um concerto grátis de música clássica. 

Momentos mais tarde, já na noite de um novo dia, apanhámos o comboio para Amesterdão, numa viagem de dez horas. Apetece-me voltar a casa, mas não sinto vontade de regressar....