12.4.09

Cabo Verde

uiFez ontem uma semana que regressei de uma semana em Cabo Verde. Já lá vão, portanto, duas semanas que aterrei no aeroporto da Boavista e me cheirou imediatamente a praia. Fez ontem duas semanas que entrei no lobby do hotel e vi o mar ali mesmo ao pé de mim. Pensei para comigo que tinha consigado ultrapassar uma batalha, a primeira delas, e embarcar nesta viagem para celebrar um aniversário. Consegui chegar a Cabo Verde, com o ok do médico, e estava pronta para aproveitar ao máximo uma semana de sol, mar, praia, riso e descanso, e sem ir à internet ver mails ou o site do jornal. A vida não tinha sido muito diferente desde o último post. O mês de Fevereiro foi passado em casa e só nos últimos dias arrisquei uma saída à noite, mas sempre com a perna às costas. Cabo Verde seria o retorno de todo esse esforço para que a perna curasse quase na perfeição, mas revelou-se ser bem mais do que isso. 

Uma semana não foi ainda suficiente para esquecer a nutella nas panquecas do pequeno almoço, a melancia fresca, o chá quente às cinco da tarde quando o vento nos arrefecia a pele, os jantares às 8 da noite, o adormecer com cheiro a praia e o corpo escaldado ainda antes da meia noite, o acordar cedo por iniciativa própria e cheia de vontade para mais um dia de praias de areia branca, do mar morno e de um azul que quase parece pintura, a areia fina que se colava ao corpo cheio de protector, a paisagem árida e seca - quase a cortar a respiração - para chegar a praias de sonho, a sensação de leveza no corpo e na mente. 

Mas uma semana foi o suficiente para o bronze que tantos me elogiam e me gabam começar a desaparecer e com ele desaparecer a sensação de férias e de sol quando ainda faz frio e chuva em Portugal. Uma semana chegou para enfrentar a realidade pura e dura do local de trabalho e para perceber que há tantas coisas para se ver e fazer em vez de se estar fechada numa redacção um dia inteiro. Numa semana não consegui esquecer. Só me foi possível lembrar e querer voltar.