Um jantar com o Marilyn Manson
Segunda-feira, 9 de Julho, começou cedo. Às 8h da manhã já o autocarro nos levava em direcção ao aeroporto de Terterboro, só para voos executivos (por favor, não tirem daqui ideias!). Um problema no ar condicionado do avião fez-nos esperar hora e meia para levantar voo em direcção ao estado do Illinois, onde, ao que parece (e de facto é verdade) faz mais calor que em Nova Iorque e muito provavelmente que em todo o estado de Nova Iorque. Um calor de trovoada que deu lugar a chuva passageira de pingos grossos. Um almoço barbecue e os sotaques muito carregados fizeram-me lembrar da América profunda. A dos valores familiares, do Bush, dos republicanos, do milho doce, do puré de batata e das ervilhas acompanhados de leite à refeição. Porque é mesmo igual aos filmes. Engraçado como cada Estado norte-americano consegue ser tão diferente um do outro. Connectticut é mais arejado, mais frio, mais intelectual. O Maine é rural e marítimo, com uma tradição de peixe que nos faz, a nós portugueses, deitar as mãos à cabeça. Washington, o Estado, é chuvoso e algo despreocupado. Nova Iorque, também o Estado, é... eclético. Illinois, pelo menos o interior, é provinciano, americano profundo e muito ligado à cultura negra. Não fosse a "capital" Chicago. Mas não foi para lhe perceber as diferenças que o visitei. Foi para ver um parque eólico, que à americana, tinha de ser grande. Muito grande. Gostei de ver os modernos moinhos sobressair nos imensos campos de milho. O dia acabou longe de Chicago e no Megu, um restaurante japonês em pleno coração alternativo de NYC, onde confortavelmente jantava o Marilyn Manson. Não jantei com ele, claro. Mas partilhei o restaurante.
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