Primavera espanhola
Foi a minha estreia no Primavera Sound. Cidade: Barcelona. Data: 31 de Maio e 1 e 2 de Junho. Faltei aos 50 anos da minha mãe para ver Patti Smith e os Sonic Youth tocar o Daydream Nation de uma ponta à outra. Foi coisa para hora e meia e para mais 30 minutos de temas novos. Valeu a pena e não valeu. Sempre foram "os" 50 anos. Mas o meu Primavera Sound foi bem mais do que uma das melhores de sempre e do que ouvir o "Gloria" e o Rock n' Roll Nigger" em plenos pulmões gastos da vida. Patti Smith já é a versão gaja de Iggy Pop. O meu Primavera Sound podia resumir-se a dois momentos: White Stripes e Black Mountain. Os primeiros foram diabólicos, endiabrados e outros tantos adjectivos relacionados com a palavra "diabo". Não estivessem eles vestidos de vermelho e preto... e branco. A Meg tem o seu lado angelical. Que o diga a plateia masculina. Os segundos foram uma espécie de queda pelo precípio, mas com uma almofada no fundo. Foi o puxão do cinto de segurança quando temos um acidente (eu sei do que falo!). Foi inebriante. Bom, muito bom. Fiquei com água na boca e à espera que eles regressem, como prometido, a Espanha (ou onde quer que seja) para tocar numa sala e não num festival. Mas o meu festival (e perdoem-me o excessivo abuso da palavra "meu", mas nem toda a gente gosta do mesmo) ainda foi descansar o corpo ao som de Slint, ver uns X-Wife destinados a conquistar Espanha e arredores, inspirar-me ao som de The Good The Bad and The Queen, entusiasmar-me com Band of Horses e Modest Mouse, perceber porque é que se fala tanto dos Isis, ter a certeza de que os Beirut são uma grande banda e que a voz do Billy Corgan já me irrita. Isto tudo e muito mais em 3 dias. Acabei de rastos, com alma cheia, com saudades tuas, mas com um enorme desejo de voltar. A Barcelona, minha cidade de Verão, e ao festival. Para o ano quero passar a (P)rimavera em Espanha.
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