5.4.07

301

Foi a velocidade máxima que alguma vez atingi. Quer dizer, se não contarmos com aquela vez em que me despistei e pûs o carro a andar tão depressa que fiquei inconsciente. A sério, a sério, 301 foi a velocidade máxima a que já andei. Dentro de um comboio novinho em folha, com bancos em pele e com imensa comida gordurosa nas bancadas do bar. Valha-nos o chá! Fiz Madrid até quase Barcelona em 2h15 e regressei no mesmo tempo, já quase com um dia de trabalho em cima do corpo. E ainda só era meio-dia. A crueldade que é acordar às 4h30 da manhã com o estômago cheio do jantar da noite anterior, que acabou três horas antes, e mesmo assim ter vontade de conhecer a estação onde alguém se lembrou de fazer explodir uma bomba e de andar a 300 km/h, perdão, 301. Eu vi no velocímetro enquanto espreitava para os carris. Marcou 301. E não se sentia nada. Desconfio se seria do sono e cansaço acumulado? Creio que não. Essa foi, mais tarde, a razão para deixar de sentir o meu corpo. Para começar a arrastar-me ao fim de 16 horas de trabalho. Para ainda não ter recuperado, uma semana depois. Praticamente há uma semana acabava de regressar de Madrid, essa cidade onde havia estado perdida a caminho de Portugal e onde estivera parada minutos antes de partir para Zaragoza. Essa cidade fascinante. Não conhecia Madrid e não fiquei a conhecer, mas vi coisas e gostei. É monumental e até intelectual. Artística. Prometeram-me um regresso em "Setembro ou Outubro". Não me esqueci. Espero que não te esqueças.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostei das sensações! O TGV é um mundo à parte onde a velocidade parece que não passa por nós... senti isso em França, onde visitei 3 cidades em pontas diferentes do país no espaço de quatro dias...

Madrid é fascinante, inebriante e viciante. Podia continuar a despejar aqui adjectivos acabados em "ante", mas prefiro guardar num cantinho da memória os meses que lá vivi, a neve na minha varanda e o calor sufocante do verão, a magia do botellon, a movida madrilena, as tapas e o flamenco dançado nas ruas. O quilómetro zero das puertas del sol era para mim como subir do chiado ao carmo. Saudades de madrid...

Mas prefiro guardar as minhas próprias recomendações, e dizer a qualquer pessoa: se não conheces, vai lá. Se conheces, regressa e inspira o ar da cidade como se fosse a primeira vez. Madrid não dorme e fica cravada no nosso coração para sempre...

Boa viagem, em Setembro ou Outubro...

5/4/07 11:10  
Anonymous Anónimo said...

Vim aqui só para mostrar a minha felicidade por ter feito 160 à hora na IC19 às 10h da manhã....feito inédito :0)

Beijos

12/4/07 13:18  

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