29.6.07

Substituições

O cheiro é o mesmo, as casas, as pessoas. Tudo está igual. Uns estão mais crescidos, outros mais velhos, outros mais magros e uns dizem-se mais gordos. Passaram-se dois anos desde que subi ao norte do país. Foi tempo demais. Tempo suficiente para que aquela fotografia fosse substituída por um gato de madeira, ali no centro da comóda. Senti um ligeiro vazio. Mais tarde, noutra casa para onde tão cordialmente fui convidada, aquelas fotografias, diferentes da primeira, foram substituídas por outras. Assola-se uma dor de alma em vez de um vazio. Não há nada de meu ali. Foi tudo substituído por meses de dor e raiva. Ainda me pergunto para quê...