30.1.09

E agora, o que se segue?

"Não dá para operar". Mais valia ele ter-me enganado, mentido, desconversado. Mas por outro lado foi sincero e directo. A veia está danificada e pronto. Vive-se com isso. A boa notícia é que daqui a um mês já posso fazer a minha vida normal, entenda-se vida mais atenta, ligeiramente mais calma e a tomar anticoagulantes todos os dias. Começo aos 28 a preparar-me para os 70. Se lá chegar. Até lá, volta-se ao jornal em regime especial, com direito a cadeira para pôr a perna para cima e sem sair para serviços. Vou ser jornalista de secretária durante duas semanas. Além disso, nada de Incógnitos ou Tóquios, Bairro Alto ou 'shopping spree'. Isso só lá para Março. Mas prometo que faço tudo. Tudo como o médico manda... só para conseguir ir apanhar sol a Cabo Verde. 

Estar de baixa

Estar de baixa é bom nos primeiros dias. Dormimos muito, descansamos o corpo (no meu caso ainda mais porque tenho de estar quieta e com a perna para cima), vemos televisão à tarde sem ser a SIC Notícias e recebemos visitas para o lanche com bolo brigadeiro incluído (Obrigadaaa!). Mas ao fim de alguns dias a coisa começa a fartar. O sofá ja tem covas de estar sempre sentada no mesmo sítio, consegui gastar o plafond da banda larga em menos de um mês, o corpo começa a estar demasiado descansado e o sono desaparece por completo, as séries de televisão repetem-se, os filmes de jeito só dão nos canais codificados, pede-se para fazer breves em desespero, estupidifica-se e a rotina cama-sofá-cama-análises-médico-sofá começa a cansar. Até os cães estão fartos de me ver em casa sem poder brincar e rebolar no chão com eles. Que lhes dizer? "De tanta coisa que havia para estragar, a dona conseguiu dar cabo de uma das veias principais da perna e agora não pode brincar. Só daqui a um mês!". O que vale é que pelo menos um dos cães é suficientemente esperto para me trazer a bola ao sofá. Mais uma vez, o sofá. Estamos há tanto tempo juntos que já lhe devia ter dado um nome. A muleta (que já larguei) era o Oscar e quando fui operada ao pulso o soro era o Eduardo... não perguntem. A culpa é dos medicamentos! 


27.1.09

Do surreal à realidade

Bastaram três semanas de 2009 para riscar da minha lista uma série de desejos, resoluções ou tentativas de mudar o que quer que seja. E logo das mais emocionantes. Argentina e Chile fora de questão, o Transiberiano e Malásia idem. Talvez em 2010. Cabo Verde aguarda ordens do médico e a passagem de ano em Nova Iorque, apesar de longinqua, parece-me um desejo demasiado difícil de concretizar este ano. Fora de questão estão também, pelo menos durantes os próximos seis a oito meses, as duas tatuagens que queria fazer. Duas importantes lições a tirar disto tudo: as coisas más não acontecem só aos outros, ou seja, não somos de ferro e, mais importante, não perder tempo a pensar nas coisas, simplesmente fazê-las. Ah, mais uma lição... não fazer resoluções de ano novo! 

22.1.09

Arrrranques

Este mês de Janeiro está a ser como nenhum outro. Para mim, algo surreal. Em três semanas fui oito vezes ao médico e ao hospital e a saga continua esta sexta. Meti a primeira baixa da minha vida. Descobri a farmácia com as gajas (e gajo) mais giras de Lisboa (se pedirem eu revelo!). O Obama é presidente, estão vacas na Praça de Espanha -  verdadeiras e a pastar - e afinal a nossa crise vai ser pior do que se pensava (dou-lhes 15 dias para mudar de opinião, ou menos, depende do tempo). "Marquei" Cabo Verde. Acabou a oitava série do CSI Las Vegas, mas estreou a quarta série das Mentes Criminosas e a segunda do Life, que já dá para sobreviver ao desgosto.  Consegui aquela entrevista que tanto queria. Descobri os encantos de ficar em casa sem fazer nada. Dormi muito (mas já tenho muito sono de novo). Encontrei um Dr. House, menos charmoso e sem aquele olho azul (é azul não é?), nada arrogante ou hipócrita, mas com o mesmo grau de eficácia e atenção. Tive a C. de volta, apesar de não lhe poder ligar nenhuma (sorry!). Fiz brownies e panquecas numa tarde chuvosa e aprendi a dar injecções a mim mesma (estou a um passo da toxicodependência!). Vi as minhas veias num ecrã e aprendi a andar de muletas. Tudo junto dava um quadro do Dali ou, melhor, um poema do Álvaro de Campos onde tudo misturado é surreal, mas uma coisa sozinha é apenas uma coisa. Boa, má ou nenhuma das duas. 


 

7.1.09

Frase

Ainda 2009 vai no início e já tenho uma das frases do ano. 

4.1.09

1ª conclusão do ano

Ao fim de 28, quase 29, anos de vida, as pessoas ainda me desiludem. Ainda tenho muito que crescer, mas algo que me diz que vai ser sempre assim...


3.1.09

Para 2009... (2)

Na quinta-feira, primeiro dia do ano, em mais uma visita ao hospital, diz o enfermeiro: "vamos dar a injecção aqui nesta gordurinha". Momento de pausa mental. Esqueci-me de uma resolução para 2009: Voltar a fazer exercício, vulgo, dança!