29.6.07

Férias [3]

Porque é que o tempo passa tão depressa?! E porque é que está sempre vento na praia?

22.6.2007

Não tenho palavras nem nunca vou ter. Tenho lágrimas que correm cara abaixo quando menos espero. Tenho uma dor imensa. Um vazio no coração. Um aperto constante que não me deixa esquecer. O que podia ter sido e o que foi. O que podia ter feito e não fiz. O que fiz. Tenho saudades tuas. Muitas. Nem imaginas quantas.

Obrigada por tudo e por ajudares a ser quem sou hoje.

Substituições

O cheiro é o mesmo, as casas, as pessoas. Tudo está igual. Uns estão mais crescidos, outros mais velhos, outros mais magros e uns dizem-se mais gordos. Passaram-se dois anos desde que subi ao norte do país. Foi tempo demais. Tempo suficiente para que aquela fotografia fosse substituída por um gato de madeira, ali no centro da comóda. Senti um ligeiro vazio. Mais tarde, noutra casa para onde tão cordialmente fui convidada, aquelas fotografias, diferentes da primeira, foram substituídas por outras. Assola-se uma dor de alma em vez de um vazio. Não há nada de meu ali. Foi tudo substituído por meses de dor e raiva. Ainda me pergunto para quê...

18.6.07

Primavera espanhola

Foi a minha estreia no Primavera Sound. Cidade: Barcelona. Data: 31 de Maio e 1 e 2 de Junho. Faltei aos 50 anos da minha mãe para ver Patti Smith e os Sonic Youth tocar o Daydream Nation de uma ponta à outra. Foi coisa para hora e meia e para mais 30 minutos de temas novos. Valeu a pena e não valeu. Sempre foram "os" 50 anos. Mas o meu Primavera Sound foi bem mais do que uma das melhores de sempre e do que ouvir o "Gloria" e o Rock n' Roll Nigger" em plenos pulmões gastos da vida. Patti Smith já é a versão gaja de Iggy Pop. O meu Primavera Sound podia resumir-se a dois momentos: White Stripes e Black Mountain. Os primeiros foram diabólicos, endiabrados e outros tantos adjectivos relacionados com a palavra "diabo". Não estivessem eles vestidos de vermelho e preto... e branco. A Meg tem o seu lado angelical. Que o diga a plateia masculina. Os segundos foram uma espécie de queda pelo precípio, mas com uma almofada no fundo. Foi o puxão do cinto de segurança quando temos um acidente (eu sei do que falo!). Foi inebriante. Bom, muito bom. Fiquei com água na boca e à espera que eles regressem, como prometido, a Espanha (ou onde quer que seja) para tocar numa sala e não num festival. Mas o meu festival (e perdoem-me o excessivo abuso da palavra "meu", mas nem toda a gente gosta do mesmo) ainda foi descansar o corpo ao som de Slint, ver uns X-Wife destinados a conquistar Espanha e arredores, inspirar-me ao som de The Good The Bad and The Queen, entusiasmar-me com Band of Horses e Modest Mouse, perceber porque é que se fala tanto dos Isis, ter a certeza de que os Beirut são uma grande banda e que a voz do Billy Corgan já me irrita. Isto tudo e muito mais em 3 dias. Acabei de rastos, com alma cheia, com saudades tuas, mas com um enorme desejo de voltar. A Barcelona, minha cidade de Verão, e ao festival. Para o ano quero passar a (P)rimavera em Espanha.

Barcelona [2]

Estive fora. Fui ao deserto e voltei para a indecisão crónica do País. Cansei-me de Ota e já estou preparada para seis meses de TGV. Porque tem de haver assunto. Mas o meu assunto aqui é outro. Não são as palavras escritas sobre um certo projecto. São as sensações de uma Barcelona solarenga, como uma temperatura ambiente perfeita. São as sensações que me trouxe aquela que foi a minha primeira viagem verdadeiramente sozinha. As sensações de passear em Barcelona como se vivesse lá e nunca tivesse partido. Está igual ao que estava em Julho do ano passado quando a disfrutei contigo. E isso é bom. Reconheci-lhe as ruas e as lojas, mas acabei por me perder nas travessas do Barrio Gotico e por descobrir pátios novos e um museu encaixado num palacete antigo. Disfrutei Barcelona como se lhe conhecesse todos os movimentos, sensações e prazeres. Entrei na Revolver como se fosse a primeira vez, mas comprei menos discos. Estarei mais exigente ou mais poupada? Passeei pelo mercado e reconheci o cheiro da fruta fresca. Bebi aquele sumo lilás. O de Pitaya. Nunca percebi que fruta é aquela, mas é bom! Matei saudades de Starbucks e de queimar a língua no chá verde. Deliciei-me na montra da Xocoa, mas o calor ajuizou-me a não comprar chocolates. Vi o sol a acabar de nascer na Plaza Catalunya num domingo de manhã, cheia de saudades de te ver. Mantenho o que escrevi há quase um ano, quando dei início à "Emergência": Estar em Barcelona é como andar sem soutiã.

4.6.07

Fins-de-semana [2]